PROFESSORES COM DOUTORADO NAS FEDERAIS CRESCEM EM 189%.
A educação superior no Brasil tem evoluído.
Para essa evolução, contribui um fator que às vezes passa despercebido, mas tem
feito diferença. De 2003 a 2016, o número de professores doutores no quadro das
universidades federais aumentou 189%. Há 13 anos, apenas 20.711 docentes
efetivos da carreira do magistério superior tinham doutorado. Hoje, esse número
está em 59.658.
Outra mudança significativa está na quantidade desses professores
que se dedicam integralmente às atividades docentes. Entre os contratados pelas
instituições federais de educação superior este ano, 88,5% estão em regime de
dedicação exclusiva. Os dados, da Secretaria de Educação Superior (Sesu) do
Ministério da Educação, mostram os números informados pelas instituições de
ensino até fevereiro último.
De acordo com o titular da Sesu, Jesualdo Farias, esse aumento na
qualificação dos professores da rede pública federal e no nível de envolvimento
desses profissionais com as instituições é resultado de uma série de políticas
adotadas durante esses 13 anos. A primeira delas foi a interiorização das
universidades, que deixaram de ser exclusividade das capitais. Somaram-se mais
20 unidades ao cenário da educação superior brasileira. “Eu desconheço um país
desenvolvido, semidesenvolvido ou em desenvolvimento que tenha, num período tão
curto, criado 20 universidades. Nós saímos de 43 para 63 com essa lógica da
interiorização”, enfatiza Jesualdo.
Outra política determinante foi a criação do Programa de Apoio a
Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), em
2007. Com a adesão voluntária das instituições, o projeto surgiu para expandir
o número de vagas de graduação por meio de um acordo entre as instituições e o
MEC, que garantiu a liberação de vagas para concurso de professores e de
servidores técnico-administrativos, além de recursos para investimento e
custeio.
DEDICAÇÃO — Para o secretário Jesualdo, a universidade,
para se firmar como produtora de conhecimento e geradora de desenvolvimento, precisa ter vida. “Ela tem de ter a presença
de professores, de técnicos administrativos e de estudantes durante todo o dia
em todos os dias do ano”, destaca. “E isso só é possível se ela contar
professores com dedicação exclusiva.”
Em comparação com as demais regiões do país, e apesar do aumento
no percentual de contratação de professores doutores, a região Norte ainda tem
dificuldade para atrair esses profissionais. Ainda assim, a Universidade
Federal do Pará (UFPA) tem 64% dos docentes com o título de doutor, o maior
percentual das instituições de educação superior do estado.
A região com maior percentual de professores com doutorado é o
Sudeste. A Universidade Federal do ABC (UFABC), por exemplo, conta com 100% de
seu quadro de docentes com essa titulação.
Fonte: Agência Brasil
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