PODE FALTAR DINHEIRO PARA OS APOSENTADOS.

A Reforma da Previdência é um problema que o Congresso veem empurrando com a barriga há muito tempo e agora caiu na mão de Michel Temer. O novo governo começa como os demais, falando em reforma, reforma e depois o assunto vai entrando nas pastas e gavetas em Brasília, volta para o arquivo e cai no esquecimento do governo.

O que ninguém vê é que a falta de atitude em fazer logo a reforma pode resultado em prejuízo para os aposentados, e o pior de todos: a falta de dinheiro. .Segundo o economista Paulo Tafner, especialista em Previdência, a reforma da Previdência precisa cortar despesas desde já. Caso contrário, pode faltar dinheiro para pagar os aposentados lá na frente.

Já passou da hora de fazer a reforma. O gasto previdenciário, mantida a regra atual, vai crescer todo ano 5% do PIB (Produto Interno Bruto). Isso significa que em 10 anos, será 60% maior. Em 15 anos, vai mais que dobrar. Os próximos 20 anos são cruciais. Haverá um intenso processo de envelhecimento. Vai entrar uma quantidade imensa de gente no sistema e não há fonte de arrecadação que banque. Significa que pode acontecer aqui no Brasil o que aconteceu na Grécia: faltar dinheiro para pagar o aposentado.

O economista Tafner defende a adoção da idade mínima para o trabalhador da ativa. Sem isso, não haverá efeito financeiro imediato no sistema para desacelerar o crescimento do déficit. Se a regra da idade mínima valer apenas para novos trabalhadores, o efeito só virá daqui a 40 anos, quando esses trabalhadores estiverem velhos e começarem a se aposentar.

Outra medida apontada pelo especialista é a equiparação da idade de aposentadoria para homens e mulheres. Antigamente, as mulheres cuidavam da casa, dos filhos. Antigamente. Agora elas estão no mercado de trabalho. Além disso, as mulheres vivem muito mais que os homens. Aí vão se aposentar antes que os homens? Por que essa diferença? Não faz sentido. As pessoas precisam entender uma coisa: os últimos governos foram avestruzes e não aproveitaram um bom momento para fazer a reforma da Previdência. Não há mais tempo, nem como adotar paliativos. Analisou o economista Paulo Tafner.


Fonte: O Estadão

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