PRECONCEITO DEIXA O MA EM 2º LUGAR NO NÚMERO DE CÂNCER UROLÓGICO.



O Maranhão é o segundo estado do nordeste com o maior número de câncer urológico, perdendo apenas para São Paulo e Ceará. Este índice é considerado bastante elevado e preocupante para os especialistas locais. No Maranhão em 10 anos foram constatados 266 novos casos, sendo 26 casos por ano; 2,2 casos por mês e um novo caso a cada 13,7 dias. O preconceito é o principal fator para a proliferação do problema, mas a fimose, a falta de higiene e as doenças sexualmente transmissíveis são capazes de levar o homem ao câncer de pênis.

Oito cirurgias de próstata são feitas por semana no Instituto de Oncologia Aldenora Belo em São Luís. Esta quantidade de intervenções cirúrgicas é considerada alta pela diretora técnica do hospital e responsável pelos registros da doença na capital, Silvia Feitosa. A diretora justifica o número elevado de cirurgias na busca tardia pelo especialista devido o preconceito na maioria dos casos. "A incidência do câncer de próstata assusta a população de homens acima dos 45 anos porque muitos têm receio e medo de procurar os consultórios, e quando buscam a doença já se instalou", explicou Silvia.

O câncer de próstata é detectado quando há o desenvolvimento de um cancro na próstata, uma glândula do sistema reprodutor masculino. As células sofrem mutações e começam a se multiplicar sem controle. Estas células podem se espalhar a partir da próstata em direção a outras partes do corpo, especialmente ossos e linfonodos, gerando a metástase. O homem acometido pela doença sente dor ao urinar e pode apresentar disfunção erétil. As formas de diagnosticar o câncer de próstata podem ser feitas através de exame físico, conhecido como toque retal, ou por monitoração dos exames de sangue, como o teste do "PSA" (antígeno prostático específico). Outros exames como raio-X e de imagem para os ossos podem ser realizados para determinar se a doença se espalhou.

Coordenador do setor urológico do Instituto de Oncologia Aldenora Belo, Marcos Aurélio Vasconcellos, afirma que muitos homens ainda têm dificuldade de superar o preconceito por causa da realização do exame de toque retal. "O homem foi acostumado de forma cultural a não freqüentar nenhum tipo de médico por se achar forte e que somente a mulher precisava buscar especialidades médicas. Hoje, mesmo com campanhas promovidas pelo Ministério da Saúde com ampla divulgação de informações, o homem ainda não evoluiu neste sentido e anda na contramão evitando a consulta médica por causa do toque feito no ânus. O paciente acha que isso pode comprometer sua opção sexual".


fonte: O Imparcial



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