PLÁGIO ACADÊMICO: A CONTRA CULTURA DO “CTRL C+ CTRL V”.



RIO - As universidades cariocas estão se armando para reagir a um problema da era virtual: o plágio em trabalhos de alunos. Copiar trechos de artigos publicados na web em tarefas da faculdade virou hábito nos últimos anos. Mas não demorou muito até instituições de ensino constituírem defesa contra a cultura do “ctrl C+ ctrl V”. A PUC-Rio, por exemplo, contratou um programa de computador holandês para identificar plágios, mesmo expediente adotado pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). Quando o trabalho de um aluno é submetido ao software, o programa alerta sobre eventuais trechos copiados.

A Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) tem um departamento só para lidar com casos de plágio e a Universidade Federal Fluminense (UFF) já lançou até uma cartilha sobre como lidar com o assunto. Quase sempre, as instituições orientam os professores a dar nota zero em qualquer caso de plágio, mas especialistas acham que uma campanha de educação surtiria mais efeito do que medidas coercitivas. Segundo eles, a proliferação da cópia é conseqüência da era virtual, e muitos estudantes não têm noção da gravidade do plágio.

Professora do Departamento de Comunicação Social da PUC, Claudia Versiani conta que já enfrentou sérios problemas com seus alunos por causa de tentativas de fraude. Quando flagra uma cópia da internet, a regra dela é sempre a mesma: dar zero.  A universidade é um momento precioso de aprendizado. As pessoas pagam caro, gastam seu tempo e jogam tudo no lixo. É um instinto suicida - avalia Claudia.

No site da PUC, um informe do vice-reitor acadêmico, José Ricardo Bergman, propõe-se a discutir “o plágio e o direito de autor no universo acadêmico”, justamente, devido à “multiplicação, de forma alarmante” da prática. No relatório, são debatidos conceitos e formas de plágio, assim como sanções previstas. Mesmo com as cartas na mesa, foi necessário contratar o software holandês “Ephorus” (professor, em grego) para facilitar a identificação das cópias. A ferramenta funciona a partir da verificação de coincidências, comparando os trabalhos submetidos com um banco de dados de milhares de teses e sites da internet arquivados.

O programa é um serviço adicional para evitar que exista, na instituição, qualquer chance de cópia em produções acadêmicas. O software está à disposição dos professores, e nós orientamos que usem para testar avaliações e dissertações. A reprodução de trabalhos alheios é considerado uma falta gravíssima, que deve ser punida - afirma.

Já a Universidade Federal Fluminense (UFF) lançou, em 2010, uma cartilha sobre o plágio acadêmico. Um dos autores do texto, o professor Guilherme Nery conta que o livreto, a princípio, foi elaborado como recurso pedagógico para alunos de Comunicação Social, mas, hoje, é utilizado em toda a universidade.

A psicopedagoga Andrea Calçada também avalia que o tratamento do plagio precisa ser mais pedagógico do que punitivo. Ela acredita ainda que é preciso haver uma reformulação no ensino e nos métodos de avaliação.

A internet está aí, disponível em várias plataformas. Não tem mais como fugir disso. Mas, com toda essa tecnologia da modernidade, os professores universitários continuam funcionando nos mesmos moldes de décadas atrás. Por isso, acho que não se pode culpar só os alunos. É preciso pensar também que é uma falta de motivação que propcia todo esse copia e cola.

fonte: O Globo

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