A GREVE DOS PROFESSORES FEDERAIS CONTINUA.
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou
nesta terça (17) que "não há margem fiscal para ir além" da proposta
de aumento que o governo ofereceu aos professores federais em greve. Na semana passada, o governo apresentou novo plano
de carreira e reajuste de até 45%, mas parte da categoria é contra. "O
valor da proposta [tem impacto] de R$ 4 bilhões. Não há margem fiscal para ir
além", afirmou o ministro, após participar, em Brasília, de reunião com 42
reitores de universidades em greve.
Aloizio Mercadante, ministro da Educação, enfatizou
a dificuldade que o governo tem de conceder aumento em um momento como o atual,
de crise financeira no mundo. "O governo tem priorizado enfrentar a crise
e preservar o emprego de quem não tem estabilidade. [...] Os professores têm de
entender o momento pelo qual o país passa e que outros servidores não tiveram
aumento", disse.
Na reunião, de acordo com o ministro, ele ouviu dos
reitores o pedido de antecipação, por parte do governo, do reajuste dos
professores, previsto para vigorar a partir de 2013. "Não tenho, da área
econômica, resposta sobre antecipação dos salários", respondeu o ministro.
Mercadante afirmou que um grupo de trabalho,
formado pelos reitores das federais, vai ser criado para apresentar propostas
sobre pontos da carreira para os quais o governo está "aberto a
consultas", segundo o ministro. Um deles diz respeito às 12 horas-aula que
o docente deve cumprir por semana. Alguns dos reitores presentes à reunião
argumentaram que professores envolvidos em projetos de pesquisa deveriam cumprir
carga horária menor em sala. O grupo tem até 90 dias para apresentar suas
propostas.
Outro tema que ainda está em debate, de acordo com
Mercadante, é a formulação de um método para avaliar individualmente o
professor.
O ministro ressaltou, no entanto, que o governo não
vai abrir mão da titulação como mecanismo de ascensão na carreira. Titulação são
a exigências de títulos, como mestrado e doutorado, para ascensão na carreira.
Alguns sindicatos de professores têm reclamado do critério. " Não vamos
recuar em tirar a titulação para fazer acordo sindical", afirmou o
ministro. Para Mercadante, a titulação é garantia de "universidade de
excelência".
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