Novo pedido de prisão de Aécio Neves será julgado hoje
Têm coisas que só acontecem mesmo no Brasil, as provas contra o senador
afastado Aécio Neves são claras, mas como estamos no Brasil, o Supremo Tribunal
Federal (STF) vai julgar hoje (terça-feira, 20) o novo pedido de prisão
apresentado pela Procuradoria Geral da República (PGR) contra o senador do PSDB-MG, ou seja, se deve ou não ser preso.
O pedido será analisado pela Primeira Turma da Corte, formada pelos
ministros Marco Aurélio Mello (relator do caso), Alexandre de Moraes, Luís
Roberto Barroso, Rosa Weber e Luiz Fux. Caso seja acolhido pela Corte, a
Constituição prevê que o Senado se reúna para decidir se mantém ou não a
prisão.
A carta constitucional determina que um senador só pode ser preso em
flagrante se tiver cometido um crime inafiançável. De acordo com a PGR, o caso
de Aécio se encaixa nessas previsões constitucionais.
Mesmo assim, o tucano só pode ser levado à cadeia se ao menos 41 dos 81
senadores avalizarem a eventual ordem de prisão da Suprema Corte. Se a Primeira
Turma decidir prender o parlamentar, o processo deverá chegar ao Senado em 24
horas.
Além do pedido de prisão, a Primeira Turma do STF também deverá examinar
um pedido da defesa de Aécio para que ele retorne ao exercício do mandato, do
qual foi afastado em maio por determinação do ministro Edson Fachin, relator da
Operação Lava Jato na Corte.
A prisão e o afastamento de Aécio Neves foram pedidos, segundo a PGR,
para evitar que o parlamentar tucano atrapalhe as investigações nas quais já
foi acusado pelos crimes de corrupção passiva e obstrução de Justiça. Segundo
os procuradores da República, Aécio atuou em conjunto com o presidente Michel
Temer para impedir as investigações da Lava Jato.
Na semana passada, a mesma Primeira Turma do STF, que irá julgar o
pedido de prisão de Aécio, negou liberdade à irmã do senador afastado, a jornalista
Andrea Neves. Por 3 votos a 2, o colegiado negou a solicitação da defesa da
jornalista por entender que ela ainda apresenta risco de cometer novos crimes.
Andrea foi presa porque há suspeitas de que ela tenha pedido dinheiro ao
empresário Joesley Batista, dono do grupo JBS, em nome do irmão. Ela é
considerada operadora do senador nas investigações da Lava Jato. Sobre o
afastamento, Aécio Neves diz que tem cumprido “integralmente” a decisão de
Fachin e se mantém afastado das atividades parlamentares.
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