EDUARDO CUNHA PODE FICA 10 ANOS INELEGÍVEL.
O deputado federal afastado Eduardo
Cunha (PMDB-RJ) virou alvo de nova ação por corrupção na Petrobras desta vez,
na Justiça Federal do Paraná.
Cunha é acusado de improbidade administrativa pela força-tarefa da
Operação Lava Jato, que ingressou com uma ação civil pública nesta
segunda-feira (13). Os procuradores pedem, além de uma indenização de US$ 10
milhões, a suspensão dos direitos políticos do deputado por dez anos.
Em ações de improbidade, mesmo quem tem foro
privilegiado, como o deputado, responde ao processo na primeira instância. O
caso, porém, não deve cair nas mãos do juiz Sergio Moro, que é responsável
apenas pelos processos criminais da Lava Jato.
Os procuradores afirmam que Cunha é um beneficiário
direto do esquema de corrupção instalado na diretoria Internacional da
Petrobras.
Segundo a força-tarefa, o parlamentar o recebeu US$
1,5 milhão para viabilizar a compra, pela Petrobras, de um bloco para
exploração de petróleo na costa do Benin, na África, em 2011. O episódio é o
mesmo que gerou a denúncia contra a mulher do deputado, a jornalista Cláudia
Cruz, por lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Os valores teriam sido distribuídos para três contas no exterior, em
nome de duas trusts e uma offshore. O beneficiário final, porém, era Cunha, de
acordo com a investigação.
O deputado não declarou as contas à Receita Federal. Segundo os
procuradores, Cunha tanto quis ocultar a titularidade que pediu que toda a
correspondência bancária fosse encaminhada a um endereço nos Estados Unidos, sob
alegação de que o serviço postal em seu país de origem 'não seria confiável'
A compra do bloco pela Petrobras foi fechada por US$ 34,5 milhões, dos
quais US$ 10 milhões quase um terço teriam sido repassados como propina. A
empresa nunca encontrou petróleo no local.
Para os procuradores, Cunha “desvirtuou
a finalidade da função parlamentar para atender interesses espúrios
particulares”. Eles ainda pedem a devolução de US$ 5,7 milhões, que é o valor
total movimentado nas contas, a indisponibilidade de bens do deputado e o
pagamento de danos morais coletivos.
Também foram processados na mesma ação a mulher do deputado, Cláudia
Cruz; o ex-diretor da Petrobras Jorge Zelada; o lobista João Augusto Rezende
Henriques, apontado como o operador do PMDB; e Idalécio Oliveira, empresário
português proprietário da CBH, que detinha a exploração do campo.
OUTRO LADO
Cunha tem afirmado, em sua defesa, que nunca recebeu qualquer vantagem
indevida de quem quer que seja e que tem convicção de que provará sua
inocência.
O deputado sustenta que todo o dinheiro em contas
no exterior tem origem lícita fruto de negócios que teria feito antes de entrar
na vida pública entre eles venda de carne para o exterior e investimentos em
ações.
fonte: Folha de SP.
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