PAI ALGEMA FILHO VICIADO PARA NÃO MORRER.
(Foto: Douglas Ferreria/Arquivo pessoal) |
Sem saber mais
o que fazer com o filho descontrolado pelo vício em crack e ameaçado por
traficantes, o pai do jovem, que é policial, algemou o próprio filho em uma
árvore no quintal de casa. O caso ocorreu na Rua Ari Barroso, no bairro Monte Castelo,
Zona Sul de
Com as mãos
algemadas, ele gritava e falava descontroladamente, dizendo que queria se
libertar. O pai acompanhava de perto a crise. Segundo a família, os transtornos
são provocados pelo uso de crack. “Sofro junto com ele, mas sou obrigado a
fazer isso para não ver meu filho morto. Se eu soltar ele vai direto comprar
droga. Não sei mais o que fazer para acabar com esse sofrimento”, disse o pai
sem querer se identificar.
Ainda de acordo
com o pai, o filho já furtou vários objetos de dentro da casa para manter o
vício. “Devido ao vício, ele fez dívidas com traficantes, que o ameaçaram de
morte, caso ele não pague o que deve. Ele roubou vários objetos de dentro da
própria casa para comprar crack. Já fiz o pedido de internação para o estado,
mas eu não sei se nós esperaremos até lá", falou.
O pai do jovem,
que também é policial afirmou saber que pode sofre punições. “Sei que posso ser
punido, mas a punição maior é a morte do meu filho e por isso tento mantê-lo
dentro de casa e a única forma que encontrei foi essa. Quero que algum órgão
responsável faça algo pela nossa família”, finalizou o pai.
Pai está cometendo crime, diz OAB
O presidente da
Comissão de Defesa de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, secção
Piauí, Campelo Filho, diz entender a situação do pai e suas intenções, mas
afirma que ele está cometendo um crime ao prender o filho.
“É uma situação
muito triste o pai ter que prender o filho a uma árvore para que ele não
consuma drogas. Infelizmente, mesmo nessa situação ao adotar essa medida ele
está cometendo um crime que é o de cárcere privado. Inclusive a pena é de um a
três anos de prisão, como a vítima é descente, sendo o filho, passa de dois a cinco
anos”, afirmou.
Informado sobre a dificuldade de conseguir uma vaga em uma entidade que trate de dependentes químicos, o advogado aconselhou o pai a documentar seu pedido. “O pai deve procurar as autoridades públicas e tentar internar o filho. Aconselho que ele formule o pedido por escrito para que ele tenha como provar essas solicitações e depois possa cobrar a solução do poder público”, finalizou.
Informado sobre a dificuldade de conseguir uma vaga em uma entidade que trate de dependentes químicos, o advogado aconselhou o pai a documentar seu pedido. “O pai deve procurar as autoridades públicas e tentar internar o filho. Aconselho que ele formule o pedido por escrito para que ele tenha como provar essas solicitações e depois possa cobrar a solução do poder público”, finalizou.
Ellyo TeixeiraDo G1 PI
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