"A MEDIDA PROVISÓRIA DA MORTE”.
Enquanto ministros e secretários do
governo rodam o país promovendo o programa Mais Médicos, sindicatos da
categoria programam paralisações na terça-feira. Serão mantidos apenas os serviços
de urgência e emergência.
As principais entidades médicas do país
são contrárias ao programa. Elas discordam principalmente de dois pontos: a
possibilidade de trazer médicos estrangeiros ao país sem revalidação do
diploma; e a obrigatoriedade de os estudantes de medicina que começarem o curso
a partir de 2015 terem de trabalhar por dois anos no Sistema Único de Saúde
(SUS) para obter o diploma.
Na nota em que divulga a programação das paralisações, a Federação
Nacional dos Médicos (Fenam) chamam a medida provisória (MP) instituindo o Mais
Médicos de “MP da Morte”. "A Fenam delibera suspensão tanto do sistema
público, quanto do suplementar. É uma luta geral, em nome da medicina e da
população brasileiras", afirmou na mesma nota o presidente da Fenam,
Geraldo Ferreira.
Segundo a Fenam, estão programados atos no Distrito Federal e em 11
estados: Acre, Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais,
Paraná, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte.
O ato de amanhã faz parte do calendário de greve estabelecido pela
entidade para protestar contra o programa e também contra os vetos
presidenciais à lei conhecida como ato médico, que regulamenta o exercício da
medicina do país. O texto, antes dos vetos, restringia aos médicos a prescrição
de medicamentos e diagnóstico de doenças. Profissionais da saúde de outras
carreiras — como enfermeiros e psicólogos fizeram campanha pelo veto e foram
atendidos pela presidente Dilma Rousseff.
Na semana que vem nos dias 30 e 31 de julho, os médicos deverão promover
nova paralisação. Após 10 de agosto, será feita uma avaliação das
reivindicações da categoria. A Fenam promete greve por tempo indeterminado caso
não haja avanços no movimento.
Enquanto a categoria organiza paralisações, os ministros Alexandre
Padilha (Saúde) e Eleonora Menicucci (Secretaria de Políticas para as Mulheres)
estão viajando para promover o programa e conseguir a adesão dos gestores municipais.
Padilha foi ao Pará e ao Maranhão. Menicucci ao Paraná. Na terça, Padilha
estará no Amazonas e a ministra no Rio Grande do Sul.
Ao todo, até terça, representantes de três ministérios (Saúde, Educação
e Mulheres) deverão ter percorrido 11 estados, incluindo os dez mais populosos
- São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, Rio Grande do Sul, Paraná,
Pernambuco, Ceará, Pará e Maranhão - mais o Amazonas. Nesses estados, estão
sendo organizados encontros com prefeitos e secretários municipais de saúde
para tirar dúvidas e facilitar a adesão dos municípios.
Balanço feito pelo Ministério da Saúde mostra que, até a última
quinta-feira, haviam 13.857 médicos e 1.221 municípios inscritos. Dos médicos,
11.147 se formaram no Brasil e 2.710 no exterior. Por nacionalidade, são 12.701
brasileiros e 1.156, estrangeiros.
Fonte: O Globo.
Comentários
Postar um comentário