Maior banco privado brasileiro, o Itaú
bateu o martelo e fechou a compra da Credicard, a mais antiga e conhecida
emissora de cartões do país, por quase R$ 3 bilhões. O pagamento será feito
todo em dinheiro e não envolverá troca de ações, como chegou a ser aventado.
Uma
das possibilidades é que seja feito em parcelas. Os advogados de ambos os lados
estão discutindo os detalhes do contrato e o anúncio deve ser feito no início
da próxima semana. Entre os interessados, o Itaú fez, de longe, a melhor
proposta financeira pela Credicard, empresa em que tinha participação até 2006.
A
oferta do Itaú acabou tirando da disputa os rivais Bradesco e Santander, que
também apresentaram suas propostas. Pelo caminho, ficaram também o Banco do
Brasil e o BTG Pactual/PanAmericano, que se credenciaram para ter acesso a
informações estratégicas da empresa, mas desistiram sem fazer oferta. O
Itaú já era o maior emissor de cartões de crédito e débito do país, com cerca
de 30% do mercado, e não queria perder a posição para o Bradesco, que tem 20%.
O
Santander era o banco que mais ganharia com a aquisição, porque tem só 7% desse
mercado. O banco espanhol já havia sido a primeira instituição financeira a
entrar diretamente no negócio de credenciamento de estabelecimentos para
pagamento com cartão (conhecido como adquirência), onde atuam Cielo e Redecard.
OPORTUNIDADE
Com
10% do mercado e 4,8 milhões de cartões, a Credicard foi colocada à venda pelo
Citibank no início do ano, que decidiu restringir sua atuação no Brasil aos
clientes de alta renda.
Além
dos cartões, a Credicard também tem cerca de cem lojas próprias, que fazem
empréstimo pessoal e financiamento popular. A
empresa tem cerca de 1.200 funcionários. O valor fechado deve surpreender o
mercado de cartões, que acreditava que a Credicard não sairia por mais de R$ 2
bilhões (falava-se entre R$ 1,5 bilhão e R$ 2 bilhões) equivalente a duas vezes
o patrimônio líquido.
Sócio
do Citi na Credicard até 2006, o Itaú tinha o direito de uso da marca até 2009
e conhece bem os clientes e as sinergias que podem ser alcançadas.No
ano passado, o Itaú fez uma oferta aos acionistas minoritários para fechar o
capital da Redecard, empresa de credenciamento de estabelecimentos que nasceu
junto com a Credicard nos anos 90. Entre os parceiros estavam Citibank e
Unibanco.
Além
da Credicard, o Itaú também negocia a compra das operações do Citibank no
Uruguai, país em que atua desde 2006. O Citi deve manter apenas uma presença
mínima no país vizinho para dar suporte ao comércio internacional e às empresas
dos EUA.As
negociações seguem de forma independente nos dois países.
RAIO-X DA CREDICARD
Participação de mercado: 10%
Cartões de crédito emitidos no Brasil:4,8 milhões
Principais concorrentes: todos os grandes bancos
Fundação: 1970
História: Nasceu quando o The First National Bank, subsidiária brasileira do Citi, criou
o cartão Citicard. Em 1978, passa a se chamar Credicard
Fonte: Folha de São Paulo
Comentários
Postar um comentário