SAIBA O QUE FAZER SE UM OBJETO ESPACIAL CAIR NO SEU QUINTAL
GIULIANA MIRANDA
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
"O mais correto a fazer é chamar as autoridades e isolar a área. É importante evitar que as pessoas fiquem tocando o material antes que ele seja analisado para ver se há risco, por exemplo, de ser algo tóxico ou radioativo", afirma Petrônio Noronha de Souza, chefe do Laboratório de Integrações e Testes do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Apesar de essa conduta ser internacionalmente divulgada e de a esfera ter caído no único Estado brasileiro que tem uma base de lançamentos de foguetes, não foi exatamente isso o que aconteceu no Maranhão. Assustada, a população chegou a falar em invasão alienígena e até em possíveis indícios do fim do mundo. Também não faltaram curiosos para tocar e movimentar o objeto, que virou ponto turístico para fotos e vídeo antes de ser removido pela polícia.
O destino do material recolhido foi motivo de impasse. No fim, a esfera metálica foi recolhida pela Aeronáutica. Uma equipe do CLA (Centro de Lançamento de Alcântara) foi designada para recolher e fazer um diagnóstico preliminar do objeto. De acordo com Noronha de Souza, pesquisador do Inpe, a confusão sobre o que fazer com o material não é exclusividade do país.
"Em nenhum lugar do mundo há uma equipe de emergência só para lixo espacial. É algo muito raro de acontecer", explica ele.
Por mais improvável que seja, até reuniões da ONU já discutiram o assunto. Hoje, o consenso é que, se algo cair e danificar uma propriedade, o responsável é o país que colocou o objeto no espaço. "É, grosso modo, o mesmo procedimento que haveria se uma casa fosse atingida por um avião. A companhia aérea teria de ser responsabilizada", afirma Villela Neto.
Ou seja, os moradores do Maranhão poderiam mandar a conta para a Europa. Centros de monitoramento indicam que um pedaço de foguete Ariane 4, usado para cargas pesadas, estava previsto para reentrar mais ou menos no mesmo horário e local do incidente no Estado. A origem do objeto ainda não foi confirmada.
Embora a quantidade de lixo espacial não pare de crescer, até hoje os objetos não mataram ninguém. Acredita-se que a única pessoa atingida por lixo espacial tenha sido a americana Lottie Williams, em 1997. Ela não se feriu. Episódios como esse são raros. A Terra tem um tipo de escudo protetor. Ao voltar ao planeta, os detritos enfrentam um atrito fortíssimo, além de temperaturas altas, o que faz com que boa parte do lixo seja destruída.
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