COMEÇA OUTRA GREVE NO PAÍS DAS GREVES.
Uma das
categorias profissionais mais fortes do país, os bancários decidiram entrar em
greve por tempo indeterminado a partir de hoje. Eles buscam reajuste salarial
de 10,25% (5% de aumento real). Os bancos ofereceram até o momento 6% (0,58%
acima da inflação).
Durante a greve, os caixas de autoatendimento, os correspondentes
bancários e o internet banking vão funcionar normalmente para atender os
clientes, inclusive para pagamentos.
Quem tiver conta vencendo durante a greve não fica automaticamente
dispensado do pagamento, diz o Procon-SP. Cada concessionária de serviço pode decidir,
no entanto, perdoar a multa e os juros de eventuais pagamentos em atraso devido
à greve.
Os bancos argumentam que não podem oferecer reajuste maior porque
o momento é "crítico". O setor viu-se pressionado a abrir mão de
parte do lucro para cobrar juros menores e a se adaptar a uma economia ainda
fria, "[O aumento] ficará um pouco acima da inflação, mas não
muito. Não seria num ano como este que daríamos um grande salto", disse
Magnus Apostólico, diretor da FEBRABAN (federação dos bancos). Insatisfeitos,
os bancários preferiram medir forças com os banqueiros.
"Na mesa de negociação, eles dizem que temos reajuste acima
da inflação desde 2004 e que neste ano não darão grandes saltos. Mas a rentabilidade
dos bancos continua muito alta, e os juros, os maiores do mundo", afirma
Juvandia Moreira, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo (CUT).
O reajuste dos bancários influencia o de outras categorias com
negociação salarial no segundo semestre, como os metalúrgicos, e baliza os
ganhos de todo o setor de serviços um
dos que tem maior peso na inflação.
Em 2011, os bancários cruzaram os braços por 21 dias e aceitaram
voltar ao trabalho com reajuste de 9% (1,5% acima da inflação). Foi à maior
paralisação desde 2004. Além de aumento real de 5%, os bancários pedem participação nos
lucros equivalente a três salários mais R$ 4.961,25, piso salarial do Dieese
(R$ 2.416,38), vales alimentação e refeição de R$ 622, entre outros pedidos.
A greve foi definida em assembléias na semana passada, que deram
prazo até ontem à noite para receber uma contraproposta.
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