A Policia Federal concluiu e enviou ao Supremo
Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira o inquérito que
investiga o chamado “PMDB da Câmara”,
grupo de deputados e ex-deputados do partido – incluindo o presidente Michel Temer (PMDB) e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência)
pelo crime de organização criminosa. A PF atribui ao grupo as práticas dos
delitos de corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro, entre outros.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo o
relatório da PF afirma que o presidente recebeu 31,5 milhões de reais em
propina a partir da suposta atividade criminosa do grupo.
No relatório, relativo ao inquérito 4327, os investigadores
incluem ainda os ex-presidentes da Câmara Eduardo Cunha (RJ) e Henrique Eduardo Alves (RN) e o ex-ministro Geddel Vieira Lima, os três presos. O documento já
foi enviado ao Ministério Público Federal e deve ser um dos elementos que
subsidiarão nova denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra Temer, a ser apresentada até
sexta-feira – no próximo dia 17, ele deixa o cargo, que passará a ser ocupado
por Raquel Dodge.
“Integrantes da cúpula do partido supostamente mantinham
estrutura organizacional com o objetivo de obter, direta e indiretamente,
vantagens indevidas em órgãos da administração pública direta e indireta”,
disse a PF em nota, que acrescenta que “o grupo agia através de infrações
penais, tais como: corrupção ativa, passiva, lavagem de dinheiro, fraude em
licitação, evasão de divisas, entre outros crimes cujas penas máximas são
superiores a 4 anos”.
Considerado operador de propinas do PMDB, Lúcio Funaro também foi citado no relatório. Ele
fechou acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República, homologado na semana
passada pelo relator da Operação Lava Jatono STF, ministro Edson Fachin.
Em seus depoimentos, Funaro afirmou que Temer não apenas sabia dos esquemas de
corrupção do partido como participou deles, recebendo
propinas ou intermediando dinheiro ilícito a campanhas de aliados.
As revelações do doleiro também devem ser usadas por Janot na denúncia contra o
presidente.
Conforme o Estado de S. Paulo,
os 31,5 milhões de reais supostamente recebidos pelo peemedebista teriam se
dividido entre os 500.000 reais entregues ao ex-assessor presidencial Rodrigo
Rocha Loures por um executivo da JBS, os 10 milhões de reais que a Odebrecht
teria pago a campanhas do PMDB a pedido de Temer, 20 milhões de reais
referentes ao contrato PAC SMS da diretoria Internacional da Petrobras, feudo
do partido na estatal, e 1 milhão de reais que teria sido entregue ao coronal
aposentado da Polícia Militar João Baptista Lima Filho, amigo de longa data de
Michel Temer.
Fonte: Revista Veja
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