NOVAS REGRAS DO FIES.
O Ministério da Educação (MEC) publicou na
edição desta sexta-feira (3) do "Diário Oficial da União" uma
portaria que oficializa as novas regras para o Fundo de Financiamento
Estudantil (Fies)
no segundo semestre de 2015 anunciadas pelo ministro da Educação, Renato Janine
Ribeiro. O documento, no entanto, não aponta a data de abertura de inscrições e
quantidade de vagas que serão disponibilizadas para o processo seletivo.
De acordo com a publicação, os cursos com
notas 5 e 4 terão mais vagas ofertadas. A portaria indica também que haverá
prioridade para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste (excluindo Distrito
Federal) e em carreiras como engenharia, áreas da saúde e formação de
professores.
A segunda
edição do programa já havia sido anunciada em 8 de junho
pelo ministro. Agora, o programa de financiamento terá juros de 6,5% e novo teto de renda familar para participar
do programa.
Segundo a publicação, os estudantes serão
classificados na ordem decrescente de acordo com as notas obtidas no Enem, na
opção de vaga para a qual se inscreverem.
Veja abaixo as principais mudanças no Fies:
TAXA DE JUROS
COMO SERÁ: 6,5% ao ano
ANTERIOR: Antes, até outubro de 2006, eram de 9%. Depois, até agosto de 2009,
passou a ficar entre 3,5% e 6,5%. Desde março de 2010 os juros são de 3,4% ano
ano.
JUSTIFICATIVA: Ministérios dizem que buscam "fortalecer a sustentabilidade
do programa, para que, no médio prazo, novos alunos sejam financiados pelos
formados". Outra razão é corrigir distorção com o mercado de crédito.
TETO DA RENDA FAMILIAR
COMO SERÁ: Limite é a renda per capita de 2,5 salários mínimos.
ANTERIOR: Renda familiar bruta de 20 salários mínimos.
JUSTIFICATIVA: "O Fies é para os
estudantes que são mais pobres e precisam de financiamento. Não é mais (a
família com renda de) até R$ 15 mil que tem direito ao Fies, são valores mais
baixos, mas que ainda atingem muitas pessoas", afirmou o ministro da
Educação. O governo diz que 90% das famílias brasileiras estão no novo limite
de renda.
PRIORIDADES PARA CURSOS DE TRÊS ÁREAS
COMO SERÁ: As áreas de engenharias,
formação de professores (licenciaturas,
pedagogia ou normal superior) e saúde serão
prioritárias.
ANTERIOR: Não havia definição de critério.
JUSTIFICATIVA: Cursos são considerados estratégicos para o desenvolvimento do
país ou para atendimento de demandas sociais. Alunos de outros cursos
continuarão a ser atendidos.
CURSOS COM NOTAS ALTAS TERÃO PRIORIDADE
COMO SERÁ: Foco serão os cursos com notas 5 e 4 no Sistema Nacional de Avaliação
da Educação Superior (SINAES).
ANTERIOR: MEC exigia avaliação positiva no Sinaes. No primeiro semestre, passou
a adotar o critério e cursos com nota 4 ou 5 somaram 52% dos financiamentos.
JUSTIFICATIVA: Ministério diz que cursos com nota três no Sinaes ainda serão
financiados, mas em patamares menores do que os das áreas consideradas
prioritárias.
PRIORIDADE PARA TRÊS REGIÕES DO BRASIL
COMO SERÁ: Será priorizado o atendimento de alunos matriculados em cursos nas
regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste (excluindo Distrito Federal).
ANTERIOR: Não havia recorte de prioridade para regiões ou estados. E 60% dos
contratos eram com estudantes de estados do Sul, do Sudeste ou Distrito
Federal.
JUSTIFICATIVA: Ministério diz que decisão se soma a "outras várias
políticas sociais federais que buscam corrigir as desigualdades
regionais". Alunos de outros estados continuarão a ser atendidos, mas em
patamares menores do que os das áreas consideradas prioritárias.
VALIDADADE DAS MUDANÇAS
COMO SERÁ: Mudanças só valerão para os próximos contratos.
JUSTIFICATIVA: "Você não pode mudar um
contrato por vontade unilateral. O governo firmou um contrato com milhões de
estudantes com determinadas regras e essas regras serão mantidas e
respeitadas", disse o ministro Renato Janine Ribeiro.
NOTAS MÍNIMAS NO ENEM
COMO SERÁ: Alunos precisam de 450 pontos na média do Exame Nacional de Ensino
Médio (Enem) e nota diferente de zero na redação.
ANTERIOR: A mudança passou a valer para contratos firmados neste ano. Antes, só
era preciso ter prestado o exame.
JUSTIFICATIVA: A iniciativa busca aumentar o nível dos profissionais formados
com apoio do financiamento público, de acordo com o governo.
UNIVERSIDADES DARÃO DESCONTO EM MENSALIDADES
COMO SERÁ: Instituições participantes vão oferecer um desconto de 5% sobre a
mensalidade para os estudantes com contrato do Fies.
ANTERIOR: Estudante pagava a mensalidade mais barata cobrada na instituição
pelo curso.
JUSTIFICATIVA: "O governo é um grande comprador de cursos pelo Fies. Ao
ser um grande comprador ele deve se beneficiar de descontos que são dados de
modo geral quando você compra em grandes quantidades. Calculando 5%, quer dizer
que três mil vagas das 61,5 mil são geradas por essa nova economia",
afirmou o ministro.
PRAZO PARA PAGAMENTO
COMO SERÁ: Três vezes a duração do curso
ANTERIOR: Até 2010, era de duas vezes a duração.
CRITÉROS DE DESEMPATE
COMO SERÁ: I - maior nota na redação; II - maior nota na prova de Linguagens,
Códigos e suas Tecnologias; III - maior nota na prova de Matemática e suas
Tecnologias; IV - maior nota na prova de Ciências da Natureza e suas
Tecnologias; e V - maior nota na prova de Ciências Humanas e suas Tecnologias.
ANTERIOR: A mudança passou a valer para contratos firmados neste ano. Antes, só
era preciso ter prestado o exame.
fonte: G1Ma.
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