45º GRAUS MATA MAIS DE MIL PESSOAS.
KARACHI
— A pior onda de calor em 35 anos a atingir a cidade de Karachi, no Sul do
Paquistão, já matou mais de mil pessoas, informou uma organização de caridade
nesta quinta-feira. Enquanto os necrotérios começam a ficar sem espaço e
hospitais públicos enfrentam dificuldades para lidar com a situação, o governo
paquistanês é questionado por não tomar as devidas providências.
A
maioria das mortes aconteceu entre idosos e famílias de baixa renda. Em
Karachi, a maior cidade do país com 20 milhões de habitantes, a temperatura
alcançou 45 graus e muitos problemas foram registrados na rede elétrica, como
cortes no fornecimento, o que deixou muitos sem energia e água.
A onda
de calor coincidiu com o início do mês sagrado do Ramadã, quando muitos
muçulmanos não comem ou bebem durante o dia. Algumas lojas se recusaram a
vender gelo ou água durante o dia, citando leis religiosas que podem resultar
em penas. Também é ilegal beber ou comer em público do amanhecer ao anoitecer.
Nos
necrotérios, a chegada de um grande fluxo de vítimas forçou os funcionários a
guardarem os corpos em bolsas no chão, contou Anwar Kazmi, da organização de
caridade Edhi Foundation. Além disso, os equipamentos de ar-condicionado no
necrotério pararam de funcionar.
Kazmi
acusa o governo da província de não tomar as devidas providências para conter a
crise, exceto culpar terceiros. Um dos alvos é a companhia privada K-eletric,
que abastece Karachi. A empresa se defendeu e disse que conexões ilegais estão
sobrecarregando as linhas e a demanda aumentou por conta do calor. Eles também
acusam o governo de dever mais de US$ 1 bilhão em contas não pagas.
Irritado
com os cortes sucessivos, moradores de várias partes de Karachi organizaram
protestos e bloquearam o tráfego. O ministro de Água e Energia, Khawaja
Mohammad Asif, tentou desviar a culpa do governo.
O governo federal não é responsável se houver
uma escassez de água em Karachi, disse Asif no Parlamento. Estamos prontos
para a prestação de contas.
Corrupção
e má gestão fazem com que a maior parte do Paquistão sofra, geralmente, oito
horas diárias de cortes de energia. As áreas mais pobres costumam ser ainda
mais afetadas.
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