Esperança da cura do câncer vem de Havana.
Depois de várias décadas de esforços para encontrar uma vacina para o câncer de pulmão - sempre sem resultados convincentes -, a boa notícia vem de Cuba, mais precisamente do Centro de Imunologia Molecular de Havana, onde um grupo de cientistas, comandados pela pesquisadora Gisela González, acaba de registrar na ilha a Cima Vax-EGF. O medicamento, resultado de mais de 15 anos de estudos, é da família das drogas biológicas. Trata-se de um anticorpo monoclonal desenvolvido para ser aplicado em pacientes com a doença em estado avançado, nas fases 3 e 4.
Nessa terça-feira foi anunciado que o medicamento está em processo de registro no Brasil, Argentina e Colômbia, já tendo sido catalogado no Peru. A droga intercepta a progressão do tumor de pulmão de células não pequenas por um período de quatro a 10 meses, mas essa janela de alívio para o paciente que melhora de qualidade de vida e não sofre efeitos colaterais pode ser maior ou menor, dependendo da resposta ao tratamento, afirmam especialistas ouvidos pelo Estado de Minas.
Hoje, o protocolo de testes está aberto para cerca de mil pessoas na América Latina, no Estados Unidos, na Ásia e na Europa e deve ser concluído até o fim de 2012. A expectativa da comunidade médica é de que a droga seja aprovada nos EUA e na Europa logo em seguida. O Brasil também trabalha com a possibilidade de ter o medicamento em 2012.
Carolina Escorel, gerente de Novos Produtos da Eurofarma, empresa que vai comercializar o remédio no país, informa que a CimaVax já foi submetida a análise da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e que a expectativa de aprovação é para o início do ano que vem. "Uma vez aprovada, a vacina terá prazo de até 90 dias para entrar no mercado", explica. Em Cuba, a droga é distribuída desde fevereiro.
Nessa terça-feira foi anunciado que o medicamento está em processo de registro no Brasil, Argentina e Colômbia, já tendo sido catalogado no Peru. A droga intercepta a progressão do tumor de pulmão de células não pequenas por um período de quatro a 10 meses, mas essa janela de alívio para o paciente que melhora de qualidade de vida e não sofre efeitos colaterais pode ser maior ou menor, dependendo da resposta ao tratamento, afirmam especialistas ouvidos pelo Estado de Minas.
Hoje, o protocolo de testes está aberto para cerca de mil pessoas na América Latina, no Estados Unidos, na Ásia e na Europa e deve ser concluído até o fim de 2012. A expectativa da comunidade médica é de que a droga seja aprovada nos EUA e na Europa logo em seguida. O Brasil também trabalha com a possibilidade de ter o medicamento em 2012.
Carolina Escorel, gerente de Novos Produtos da Eurofarma, empresa que vai comercializar o remédio no país, informa que a CimaVax já foi submetida a análise da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e que a expectativa de aprovação é para o início do ano que vem. "Uma vez aprovada, a vacina terá prazo de até 90 dias para entrar no mercado", explica. Em Cuba, a droga é distribuída desde fevereiro.
Gisela González conta que a vacina é baseada em uma proteína "que todos temos, o fator de crescimento epidérmico, que fica descontrolado quando a pessoa está com câncer e passa a acelerar a divisão celular". Como a droga é uma reprodução do material biológico reconstruído para controlar a multiplicação das células, ela atua como "bloqueador" da ação dessa proteína.
No Brasil, uma parceria de transferência tecnológica firmada entre o Ministério da Saúde e o Centro de Imunologia Molecular de Havana abre boas perspectivas de investigação molecular para desenvolvimento de drogas anticâncer. "Já existe um estudo aberto no Brasil com essa vacina, entre outros projetos que vão ser discutidos em busca de novas moléculas", afirma Carlos Moreira Gil, diretor da Unidade de Pesquisas Clínicas e Desenvolvimento de Novas Drogas do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Gil vai coordenar as atividades da Rede Nacional de Desenvolvimento e Inovação de Fármacos Anticâncer (Redefac),instituída em outubro.
A sobrevida de um paciente de câncer de pulmão de células não pequenas nos estágios 3 e 4 - os mais agressivos - situa-se na faixa de um mês a três anos. Essa oscilação tão ampla ocorre pelo fato de o câncer ser uma neoplasia de natureza individual e de difícil prospecção de diagnóstico. Quando a CimaVax entra em ação, dependendo da aceitação do paciente, os índices melhoram.
"O material humano é muito rico. Cuba é um país pobre, mas com capacidade científica singular. Tudo o que eles fazem é gratuito, é para o sistema de saúde pública", acrescenta Igor. A ideia do Centro de Imunologia Molecular, inaugurado em 1994, é realizar estudos economicamente sustentáveis que resultem em ganhos importantes para a economia do país. Uma das moléculas promissoras que a equipe de Gisela González está investigando neste momento será usada para o tratamento de câncer de esôfago.
Caçadores de moléculas
No Brasil, uma parceria de transferência tecnológica firmada entre o Ministério da Saúde e o Centro de Imunologia Molecular de Havana abre boas perspectivas de investigação molecular para desenvolvimento de drogas anticâncer. "Já existe um estudo aberto no Brasil com essa vacina, entre outros projetos que vão ser discutidos em busca de novas moléculas", afirma Carlos Moreira Gil, diretor da Unidade de Pesquisas Clínicas e Desenvolvimento de Novas Drogas do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Gil vai coordenar as atividades da Rede Nacional de Desenvolvimento e Inovação de Fármacos Anticâncer (Redefac),instituída em outubro.
A sobrevida de um paciente de câncer de pulmão de células não pequenas nos estágios 3 e 4 - os mais agressivos - situa-se na faixa de um mês a três anos. Essa oscilação tão ampla ocorre pelo fato de o câncer ser uma neoplasia de natureza individual e de difícil prospecção de diagnóstico. Quando a CimaVax entra em ação, dependendo da aceitação do paciente, os índices melhoram.
"O material humano é muito rico. Cuba é um país pobre, mas com capacidade científica singular. Tudo o que eles fazem é gratuito, é para o sistema de saúde pública", acrescenta Igor. A ideia do Centro de Imunologia Molecular, inaugurado em 1994, é realizar estudos economicamente sustentáveis que resultem em ganhos importantes para a economia do país. Uma das moléculas promissoras que a equipe de Gisela González está investigando neste momento será usada para o tratamento de câncer de esôfago.
Caçadores de moléculas
Pela primeira vez, o Brasil contará com recursos para financiar a produção de fármacos anticâncer. Na primeira fase da Redefac, que começou este ano, o objetivo é identificar centros de pesquisa e pesquisadores com capacidade para desenvolver drogas. O projeto, chamado de Inovação Aberta, vai operar apenas com gestores de alto nível de capacidade para identificar moléculas promissoras para futuros fármacos. "Vamos garantir o desenvolvimento da etapa inicial desse processo e, a partir daí, facilitar o desenvolvimento dessa molécula junto à indústria farmacêutica", diz Carlos Gil, do Inca. A rede vai investir mais na molécula do que no tipo de câncer, mas as atenções continuam voltadas para os mais frequentes %u2014 como próstata, pulmão, mama e colo de útero.